sábado, 15 de maio de 2010

Porque História?

Ao ingressar na Universidade do Estado do Rio de Janeiro para o curso de história, na minha primeira aula me foi indagada a seguinte pergunta: Para você o que é história?
Minha resposta foi a mais imparcial, arrogante e ignorante possível: História, para mim, é sim uma ciência humana, porém é uma reunião de fatos e que infelizmente o homem como ser racional não consegue evitar de impor suas opiniões e pontos de vistas.
Pobre de mim, hoje eu dou risadas da batatada que eu tinha dito, acabei descobrindo que História é muito mais do que uma simples reunião de fatos, esse meu ponto de vista não á culpa minha, aliás 80% da população brasileira acredita que história seja isso, na realidade nossa aprendizagem de história foi completamente nos passado por esse ponto de vista típico do século XIX, que tinha história como uma reunião de fatos, uma história progressista e liberal em que o ser humano caminha para uma evolução, infelizmente esta metodologia ainda se encontra nas escolas.
Mas História (com H maiúsculo mesmo), como havia dito, é muito mais do que esta visão liberal de dois séculos atrás, História é a relação do homem na sociedade e a relação do homem na natureza, do modo como ele reproduz essas relações, ou seja a cultura.
Ao entrar na UERJ acreditava que só iria estudar história, algo totalmente alienado, porém acabei descobrindo que tenho aulas de filosofia, antropologia e sociologia também. Vi que a história é a análise do homem na sociedade em que ele é constituidor e que a sociedade também o constitui, e em todos os casos o oprime de um modo intimista e outras vezes de um modo subjetivo, não cabe aqui dizer quais são esses modos, é só pensar um pouquinho que você saberá como, a partir disso descobri o quanto há um diálogo com a sociologia, o quão político, crítico e engajado pode ser um historiador.
Muitos se perguntam por quê eu escolhi o curso de história, hoje a minha resposta é outra, por que dentro do curso há uma algo que me deixa extremamente apaixonada por ele, que é a crítica ao homem, a crítica aos discursos ideólogicos que nos cercam por todos os lados e buracos, a crítica a coressão social que nos são feitas todos os dias, em fim a noção que nos é dada de que estamos imersos no éter de que algo nos deixa nesse estado estático e função do historiador é de quebrar estes paradigmas, enxergar o mundo de uma outra maneira.
Parece bastante pretensioso esse discurso, até aqui quem já leu esse texto tem plena certeza que eu meu acho a dona da verdade, mas não é bem assim, ainda estou um pouco encantada com tudo o que foi mostrado para mim, apesar de muito triste, me sinto melhor enxergando de um outro lado, do que ter a concepção deslumbrada de mundo que antes tinha.